CENTRO ACADÊMICO DE MEDICINA DE
SANTARÉM
NOTA DE
ESCLARECIMENTO
Mais de um ano. Sim, há mais de um
ano que reitoria e a então coordenação do Campus da Universidade do Estado do
Pará (UEPA) de Santarém sabiam da situação do bloco B. Quando indagados quanto
a uma avaliação da estrutura do prédio, apenas diziam que havia um laudo de
algum engenheiro, o que nunca nos foi apresentado. Por isso, com a INTERDIÇÃO
feita pelo Corpo de Bombeiros no último dia 17 de fevereiro (que foi solicitada
pela atual coordenação local) é de se lamentar a postura dos gestores da UEPA
que durante todo esse período não tomaram medidas transparentes que
minimizassem os danos e a ansiedade de quem convivia com as rachaduras,
desabamentos de partes do forro dos laboratórios e o piso íngreme de alguns
locais do prédio.
Nota-se ainda certo descaso na recente publicação no site da UEPA feita hoje*
pela Assessoria de Comunicação que informa que o prédio apresentou rachaduras
"no período chuvoso". Além disso, segundo o informe "a Gestão
Superior já definiu os investimentos necessários para solucionar os problemas
verificados". Diante de tal situação, é de se estranhar o posicionamento
da Gestão, haja vista que as rachaduras no prédio lá estão há anos, o que por
si só é notório, em se tratando de uma estrutura inaugurada há apenas seis anos.
Indaga-se também como, repentinamente, os investimentos já foram destinados
para a realização de reparos se os peritos ainda não expediram um laudo para
nortear tais medidas.
Nós, estudantes do Curso de Medicina
de Santarém, lamentamos os danos causados aos cofres públicos diante dessa
interdição. É dinheiro público o que construiu o prédio, o mesmo dinheiro que
terá agora de repará-lo por falha ou omissão de outrem. Tal medida é
estarrecedora, pois temos acompanhado recentemente a implementação
propagandista de uma interiorização do ensino, em todo o estado, que não tem
primado pela educação pública de qualidade verdadeiramente. Por ter esse
perfil, além dos gastos com a provável reestruturação do prédio de Santarém,
cerca de R$ 30 mil ao mês deverão ser gastos com aluguel para o remanejamento
de algumas atividades do Campus em um prédio de outra instituição privada.
Com a interdição, os maiores
penalizados são técnicos, discentes e docentes do Campus, que deixarão de
atender adequadamente sua demanda por um período ainda não determinado. São os
mesmos que nos últimos anos sofreram com a insegurança provocada pelas
rachaduras e os "estalos" que se ouviam no prédio. Ressalta-se que além
da situação já descrita, outros problemas de infraestrutura se acumulam por
todo o Campus, como fossa estourada, banheiros e salas interditadas por falta
de manutenção, além dos problemas corriqueiros que o maior Campus do interior do
Pará sempre enfrentou.
Por isso, acreditamos que este deve
ser um momento de união junto a Coordenação do Campus e até mesmo a Reitoria
para amenizar os danos e solucionar os problemas gerados. No entanto, afirmamos
nosso descontentamento a partir das atitudes supracitadas e acreditamos que deve-se
apurar os responsáveis por colocar em risco a integridade e a saúde daqueles
que colaboram, ajudam ou aprendem a SALVAR VIDAS, enfim, de toda a comunidade
acadêmica. Ratificamos que a Gestão “Superior” não deve poupar esforços para a
mais rápida e completa resolução da situação. É o mínimo que esperamos!
Santarém, 23 de
fevereiro de 2012.
Adalto Pontes
Presidente CAM-STM – Gestão 2011
Mauro Vieira
Vice-Presidente CAM-STM – Gestão 2012