sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Interdição da "Casa-mãe" da Medicina Santarém- o carnaval começou em quarta-feira de cinzas


Foi com um ar de pesar que a comunidade acadêmica da UEPA Santarém viu, ao final da tarde chuvosa de hoje, seu principal prédio ser interditado pelo Corpo de Bombeiros, após avaliação técnica de engenheiros de fundação e estruturais.
Por trás das brincadeiras e piadas geradas entre os alunos, o que ficou após o esvaziamento do prédio e isolamento com fitas de sinalização foi um sentimento misto de decepção, preocupação e ansiedade. Aquilo que materialmente melhor simboliza o sonho da Medicina em Santarém se vê ameçado de desabar.
Pessoalmente confesso que não lamentei a interdição. Na verdade recebi a notícia com grande alívio. Não é de hoje que gestões sucessivas do Centro Acadêmico solicitam avaliações sérias e criteriosas da estrutura do prédio, que há cerca de 2 anos já vinha apresentando sinais de deterioração, como rachaduras nas parede e chão, portas emperradas, perda de revesimento dos banheiros, infiltrações... Em nossas atas de reuniões passadas (que acabo de verificar) o assunto foi pauta de reuniões com coordenadores do Curso de Medicina, ex-coordenador de Campus, Pró-Reitores e mesmo com a própria Reitora.
Contudo, em uma expressão bastante representativa dessa situação, preferiu-se "empurrar com a barriga", "botar o assunto para debaio do tapete", que encarrar com seriedade um problema que colocava em risco a vida de centenas de pessoas diarimente (especialmente quando se considera que o auditório do Campus, no térreo do tal prédio, é frenquentemente ocupado por eventos com mais de 250 pessoas!).
Na tarde de hoje, acompanhei representantes do Corpo de Bombeiros, um engenheiro estrutural do IFPA Santarém e o Assessor Adminitrativo do Campus em uma última vistoria do prédio antes da interdição. O engenheiro Hugo Aquino explicou, em uma analogia com a prática médica, que o prédio estava doente, que o que ele estava fazendo era uma anamnese. Precisava, no entanto, dos exames complementares para fechar o diagnóstico e propor a "terapêutica". Prazo estimado de tratamento: de 3 a 6 meses, se o processo não tiver intercorrências.
Sim, caros amigos, o carnaval 2011 começou em quarta-feira de cinzas para a Medicina Santarém. amanhã teremos uma reunião para definir as estratégias que permitam o funcionamento do curso mesmo sem a "casa-mãe". Será complicado, um trabalho de negociação com discentes e docentes de todo Campus. Porém, antecipadamente, posso garantir que o semestre não sofrerá atrasos. Adaptações serão feitas para isso.
Precisamos, mais que nunca, esquecer nossas vaidades, dobrar nosso orgulho, e encarar a situação unidos, com maturidade. Afinal, a Medicina é feita de imprevistos. Encara-los com seriedade e esforçar-se para soluciona-los é uma habilidade fundamental para qualquer bom médico.
Estou certo que encontraremos uma solução para esse desafio. Quem puder colaborar, sinta-se convidado!




Adalto Pontes
Presidente Pró Tempore 
Centro Acadêmico de Medicina de Santarém

3 comentários:

  1. Ao ver aquele prédio e aquelas fitas amarelo e preto cercando-o confesso que me bateu uma tristeza.É uma mistura de sentimentos,inclusive indignações.Essa briga não é nova e nem preciso repetir o que o caro colega colocou,mas também confesso que me senti aliviado porque pelo menos algo começou,de fato, a ser feito.Ainda não sei ao certo o que levou isso tudo acontecer, já que há anos empurrava-se com a barriga,mas enfim aconteceu.A preocupação ainda nos cerca pelas tais providências a serem tomadas.E reforço: a luta é de todos.Já aceitei o convite do Adalto.Faça o mesmo.
    Lucas Siqueira-6° período.

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  2. Estou mto indignada,porém aliviada, pois realmente não é de hj os avisos que fazemos sobre esse prédio. Lembro de um dia, eu mesma chamei a atenção do nosso ex-coordenador do campus. Estou solidária com a situação e gostaria mesmo de poder ajudar no que for preciso. Sempre falei para alguns colegas do meu sonho de voltar a STM e poder compor o corpo docente da medicina no futuro.

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