Comunicado

       O Centro Acadêmico do Curso de Medicina do Campus XII (Santarém) da Universidade do Estado do Pará (UEPa) informa, através desta, que devido às recentes queixas dos alunos do curso de Medicina da instituição, tentou-se, por intermédio da Assessoria pedagógica, Reitoria e Coordenação do curso, sanar os problemas e resolver as pendências expostas pelos alunos. Passadas três semanas da primeira reunião com a reitoria e a coordenação, realizou-se, nesse sábado (29/03) uma reunião com a maioria dos representas de sala do curso. Constatou-se, então, que pouco mudara desde então e que as medidas tomadas não se mostraram eficazes.
         O curso de medicina é um curso o qual lida com vidas e, por esse motivo, deve ser levado muito a sério. Assim, por conseguinte, negligenciar a graduação dos alunos desse curso implica, de maneira direta, em um descaso com aqueles os quais mais necessitam, ou seja, os futuros pacientes. Fazemos parte, aqui, de uma metodologia que muito se difere da usual, o PBL (Problem Based Learning), o qual preconiza que o aluno tenha certa liberdade e autonomia na busca do conhecimento, prendendo-se minimamente ao conhecimento que era, até então, transmitido de maneira vertical. Muito bonito na teoria, mas muito complicado na prática. Assim é o PBL.
        Devemos ter em mente que o PBL não deve fazer com que o aluno seja autodidata, como está acontecendo, basicamente, aqui no município de Santarém. O que é proposto nas ementas do Plano Político Pedagógico ao qual estamos submetidos não está sendo cumprido fielmente, e os alunos estão sendo prejudicados. De que maneira estamos sendo prejudicados? Exemplificar é muito melhor do que descrever. Assim, imagine que um professor deva dar aulas de 4 horas semanais, mas somente dá 1 hora de aula semanal. Tenha em também que somos alunos, ou seja, estamos em processo de aprendizado e que nesse processo, erros são comuns. Agora, novamente, imagine a quantidade de erros que podem surgir em uma discussão de tutorial. Mas não tem problema, já que todos os tutores são capacitados e dispostos a reconhecer e corrigir os erros, certo? Errado. A maioria dos nossos tutores sequer recebeu capacitação técnica para o PBL, o que prejudica os alunos. Não exigimos o excesso, mas o trivial, o essencial ao curso.
        Os alunos do curso de medicina, do 1º ao 4º ano, do internato e – pasmem – até mesmo da Residência Médica da Universidade do Estado do Pará (Santarém), estão completamente INSATISFEITOS com o curso e EXIGEM melhorias de caráter IMEDIATO.
       A Reitoria e a Coordenação do curso já se mostraram totalmente dispostos a ajudar-nos, porém, a maior parte dos nossos problemas só poderá ser sanada por intervenção do GOVERNO ESTADUAL. Assim, pedimos a TODOS os discentes e docentes da instituição que se unam nessa empreitada, e que exijam conosco tudo àquilo que é BÁSICO e NECESSÁRIO ao funcionamento do curso. São exigências que deverão ser correspondidas em caráter de URGÊNCIA:
    • Efetivação de, no mínimo, mais 20 docentes para o curso de medicina.
    • Dissociação da prova de Residência Médica de Santarém das demais do Estado.
    • Ampliação do Acervo Bibliográfico disponibilizado na biblioteca do Campus.
    • Ampliação do espaço físico da Biblioteca do Campus.
    • Conclusão e entrega do Laboratório de Cirurgia Experimental (LCE) e Biotério até o 2º Semestre de 2014. Em respeito aos PACIENTES, e somente à eles, não entraremos em greve e muito menos faltaremos com nossas funções acadêmicas, mas, caso não resolvam os nossos problemas mais urgentes, seremos obrigados a tomar medidas, infelizmente, mais radicais.

Att, Centro Acadêmico de Medicina (CAM)